Boneca antiga, panos retro e experiências com retalhos para fazer disciplinas...
Chamei-lhe "sacola de ir para a escola" porque me lembrou os saquinhos de retalhinhos que nas idas décadas salazaristas as crianças levavam para a escola, com a merenda da tarde e o caderno diário. Foi uma experiência bonita e lembrou-me de quando compus uma tela gigante com páginas e imagens de antigamente, num mausoléu lembrando o mundo infantil português - e política à mistura - das décadas de 30, 40, 50 e 60.
Eu sonho 86400 vezes por dia
eu sonho 86400 vezes por dia
eu sonho 86400 vezes por dia
mais que todos os segundos de um dia
Eu sonho 1440 vezes por dia
eu sonho 1440 vezes por dia
eu sonho 1440 vezes por dia
mais que todos os minutos de um dia
És em cada rectângulo do meu
pensamento, em cada esquina
do meu gesto e morres
por cada lágrima nocturna
e és tantas vezes quanto os precipícios
no meu colo.
O fogo já foi o meu sustento
comia-te como hóstia no
vagar dos dias de lamento
pelo tempo derramado por ti
em melancolias finas de
cadernos escolares.
Soberbo é o amor,
nas pérolas caras do teu sonho.
Não te encontro mais nas vírgulas
dos olhos, para te devolver o sonho lavado.
ou sujo. Tempo, roedor frívolo das minhas unhas
em dias quentes, sem som nas árvores.
Da minha paciência, um suspiro fraco
e da minha consciência a inveja de viver
de cór, sem contar segundos pelos dedos.
Na coragem de dias frios, o sonho gela
na minha planície brava, colho tempestades
como sonhos duros e por vezes o consolo
de um minuto do teu sonho na minha morte.
a Sufragista, em tempo
de contá-lo pelos dedos