De acordar fêmea

By sufragista - setembro 27, 2008

Foi sentir um estalido sobre os olhos
e respirar entre pernas, suave, majestosa por dentro,
a saber o infinito útero em mim d’Eva, a escolhida.


Foi como abrir um leque guardado no fundo e no meio,
saber grande e palpitante o que haverá a esconder.


Foi inspirar lento e compassado enquanto pego com pinças em pratos,
tachos, água, chama, lábio, sangue e cozinho tudo em fogo lento,
no lume do teu coração.

E escolher palavras sem acidente, gestos interiores e cuidados,
como pousar beijos na testa dos filhos.

  • Share:

0 comments