Virginia

By sufragista - outubro 05, 2010



A Virginia consegue ser uma chata nas descrições e deambulações sentimentais das personagens, mas depois tem destas pérolas:
E, à medida que se afastavam dela, o fio que os ligava (tendo eles almoçado lá em casa) ia-se estirando, cada vez mais fino à medida que caminhavam por Londres; era como se os nossos amigos, depois de termos almoçado com eles, ficassem ligados ao nosso corpo por um delgado fio que (divagava ela) o som dos sinos que batiam a hora ou chamavam para a missa tornavam mais confuso, como o fio da aranha solitária se curva sob o peso das gotas de chuva, até ceder. E assim adormeceu. Richard Dalloway e Hugh Whitbread hesitavam à esquina de Conduit Street no preciso momento em que Millicent Bruton, deitada no sofá, deixava romper-se o fio e começava a ressonar.
Mrs. Dalloway (1925), Virginia Woof

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