Estes, dias, assaltam-me todas as minhas obsessões ao mesmo tempo. uma a seguir à outra:
- as músicas do fachada, todas, desde o primeiro albúm até ao último mais brilhante.
- os monólogos da harper (mary-louise parker) nos Anjos na América.
- a banda sonora (do filme) da Ópera do Malandro, os olhos da Claudia O'hana e a voz arrepiante da Elba Ramalho.
- a voz do Vincent Gallo a cantar "... are like summer" na Honey Bunny.
São vozes que me perseguem todos os dias, como aquele anjo que se metia nos sonhos tão reais do Prior. Para ficar a saber que é tempo de férias.
Não se pode dar poder aos portugueses. O segredo de Portugal é não deixar que ninguém se aproxime do poder. Tentar maximizar a impotência em todos os seus aspectos, para que ninguém possa passar à prática o que pensa… e que toda a gente converse… e que vá pela conversa.
Miguel Esteves Cardoso
e um bocado de déjà vu da nostalgia. e os anos 90, e portugal de quando eu era criança. coisas antigas e novas em mim. coisas a cheirar sempre a sol.
(…) ensinar essas coisas como armas, a parte do prazer lúdico, a parte manipulativa da leitura. Porque a leitura, porquê que é manipulativa? É porque permite mandar os outros à fava. Se tu tens os teus livros, se tu tens as tuas coisas para ler, os teus jornais, seja o que for, tu és independente. Tens um grau de independência muito maior. Não precisas de falar, de conversar, de ir para o telefone. As asneiras que se fazem, muitas delas, tem que ver o não se querer estar sozinho.
Miguel Esteves Cardoso
Miguel Esteves Cardoso
E depois de ler… (mas acima de tudo muito, muito ler). E depois, muito, muito escrever.
Escrever e comunicar. Aprender a escrever um bilhete à empregada, a dizer assim, um bilhete a dizer: “O meu filho está doente, não pode vir à escola”. Como é que começa? “Cara professora” ou “Minha cara professora”, ou “A quem de direito”… Com muita risada ensinaria a escrever tudo. Uma lista das compras, por exemplo assim: uma lista de coisas que se quer, “dois chocolates”, mas quais chocolates? Então “dois Crunchies”, mas pões-se aspas nos Crunchies ou não? Quer dizer, o prazer de escrever, da mesma forma que o prazer de ler. O prazer e a importância de escrever. Da escrita como engate, como é possível engatar uma rapariga ou um rapaz com a escrita. E com isso, com a leitura vem isso: o saber estar sozinho. Porque, a velhice, ou… as pessoas não arranjam a mulher ou o marido ou o namorado… e a verdade é que estamos muito tempo sozinhos. Sozinhos. A solidão é uma coisa terrível. E com os livros, quando há livros não há solidão.
Miguel Esteves Cardoso
não acredito, ainda, como me "esqueci" desta pérola.
mais uma colaboração perfeita entre gente genial. a pj harvey e o seamus murphy.
testemunhem a Beleza aqui.
a mais bela música portuguesa do ano (para além da pérola do fachada).
uma colaboração perfeita entre gente fabulosa. um amor cantado a dois.
e comprei.
Quando o dia entardeceu
E o teu corpo tocou
Num recanto do meu
Uma dança acordou
E o sol apareceu
De gigante ficou
Num instante apagou
O sereno do céu.
E o teu corpo tocou
Num recanto do meu
Uma dança acordou
E o sol apareceu
De gigante ficou
Num instante apagou
O sereno do céu.
E a calma a aguardar lugar em mim
O desejo a contar segundo o fim.
Foi num ar que te deu
E o teu canto mudou
E o teu corpo do meu
Uma trança arrancou
O sangue arrefeceu
E o meu pé aterrou
Minha voz sussurrou
O meu sonho morreu.
O desejo a contar segundo o fim.
Foi num ar que te deu
E o teu canto mudou
E o teu corpo do meu
Uma trança arrancou
O sangue arrefeceu
E o meu pé aterrou
Minha voz sussurrou
O meu sonho morreu.
Dá-me o mar, o meu rio, minha calçada
Dá-me o quarto vazio da minha casa
Vou deixar-te no fio da tua fala
Sobre a pele que há em mim
Tu não sabes nada.
Dá-me o quarto vazio da minha casa
Vou deixar-te no fio da tua fala
Sobre a pele que há em mim
Tu não sabes nada.
Quando o amor se acabou
E o meu corpo esqueceu
O caminho onde andou
Nos recantos do teu
E o luar se apagou
E a noite emudeceu
O frio fundo do céu
Foi descendo e ficou.
Mas a mágoa não mora mais em mim
Já passou, desgastei pra lá do fim
É preciso partir, é o preço do amor
Para voltar a viver
Já nem sinto o sabor a suor e pavor
Do teu colo a ferver
Do teu sangue de flor
Já não quero saber.
Dá-me o mar, o meu rio, a minha estrada.
O meu barco vazio na madrugada
O meu barco vazio na madrugada
Vou deixar-te no frio da tua fala.
Na vertigem da voz
Na vertigem da voz
Quando enfim se cala.
o mais difícil é o silêncio. por cá parece uma coisa palpável, com corpo. como se vivesse connosco nos intervalos dos sítios e da respiração. vive também dentro das pessoas.
é como se estragar o silêncio fosse estranho, fosse diferente. aqui o silêncio é como de vidro. menos frágil, mais corpóreo. não se estraga facilmente.
nunca pensei ter saudades do ruído português...
tenho a certeza que o vou usar profundamente nos próximos tempos, altura em que a vida vai um ter o aspecto mais nórdico de sempre, e que o eterno verão português me vai parecer uma miragem.
september in the rain, julie london
august march, grizzly bear
As pessoas que não conseguem estar sozinhas é porque não lêem. Toda a base do meu sistema se eu fosse “ditador”… seria no sentido de ler. Livros aos quadradinhos, pacotes de korn flakes, não sei quê não sei que mais..., induzir o vício da leitura. Não é da leitura dos clássicos, não é da leitura de nada, é o vício da leitura, ou seja, para que, quando tenha uma viajem de comboio, tenham que ler alguma coisa, para que consigam estar sozinhos. Ler em si é uma boa coisa e é uma coisa que os portugueses não fazem, é escandaloso que os portugueses não leiam. E não faria distinção nenhuma entre leitura dos grandes autores ou simples leitura de textos, que existem, ou na internet ou de livros aos quadradinhos, etc. Portanto ler.
Miguel Esteves Cardoso
Fotografia de claudio a.
O que eu faria era, na escola, arranjar maneira de ensinar os miúdos a fazer duas coisas: uns, a passar tempo sozinhos, ou seja, a ler. Acho que ler é a coisa mais importante que se pode ensinar porque ler, ler seja o que for, ensina a pessoa a estar sozinha, que é uma coisa maravilhosa que nos impede de entrar em muitos apuros.
Miguel Esteves Cardoso
Em Portugal, brincar é dasafiar a autoridade. Esse é o sonho português, que todo o humor seja uma coisa privada, entre nós os dois. Enquanto que o humor tem de ser uma coisa pública, quotidiana... Talvez tenha a ver com a falta de educação, com a falta de leitura.
Miguel Esteves Cardoso
july flame, laura veirs
june gloom, parker and lily
Descobri recentemente — no meu estado de confusão intelectual — que consegui fazer uma correlação estranha, mas estranhamente coincidente: algo entre o final da última música do fachada e o final do último filme da saga Harry Potter.
Não sei se o que me assusta mais é haver correlações entre estes mundos distantes ou a coincidência que lhes encontrei: "ninguém quer mais que ser pai babado" é o que diz o Fachada. Os adolescentes-feiticeiros pelos vistos também não querem mais.
Não sei se o que me assusta mais é haver correlações entre estes mundos distantes ou a coincidência que lhes encontrei: "ninguém quer mais que ser pai babado" é o que diz o Fachada. Os adolescentes-feiticeiros pelos vistos também não querem mais.
A antiga “Pérola da Matriz” em Ponte de Lima, agora Mercearia da Vila, um exemplo perfeito da valorização do potencial da memória do comércio tradicional. E da capacidade de regeneração desse comércio.
(…) uma campanha política que dissesse “nós temos tempo”, não há nada urgente. Há tempo. “Damos tempo ao tempo”. “Vamos ver o que acontece”. Mas, no fundo, é traduzir a coisa conservadora portuguesa: “Logo se vê”, “Não há de ser nada”.
Miguel Esteves Cardoso
Eu não concordo com dizer “Isto é o melhor país do mundo”. Faz-me medo, mas é temível aquele nacionalismo “nós somos os melhores do mundo”. Não. É o que é. Isto é mesmo assim, aquela coisa portuguesa:
- Consegues viver assim, com isto? Consegues ou não?
- Sim, consigo, olha que remédio!
Miguel Esteves Cardoso
"Actualmente há dezenas – talvez até centenas –, de designers a especializarem-se na história da sua disciplina em Portugal, através de mestrados e doutoramentos, registrando e produzindo um conhecimento que, por um lado, poderia dar uma nova dimensão de interesse ao turismo do nosso país, acrescentado-lhe o design e a sua história como ponto de interesse. Por outro, a consciência que existe um património de interesse nestas áreas poderia servir de exemplo ao novo design que se vai produzindo, ao qual ainda vai faltando a qualidade suficiente."
Mário Moura
ressabiator.wordpress.com
As pessoas emocionam-se quando ouvem o hino ou (…) quando alguém ganha, porque é um país pequenininho, emociona sempre. Nós somos muito poucos, (…) e emociona quando um país tão pequenino como nós, bastante mais pobre do que os rivais, consegue coisas, claro que é emocionante. (…) E como país pequenino que conseguiu coisas grandes, Portugal safou-se bastante bem na vida — levou o caril para a Índia, introduziu o picante...
Miguel Esteves Cardoso
Os estrangeiros estão-me a chamar à realidade, por isso são úteis… toda a família portuguesa havia de ter um estrangeiro em casa permanente para dizer isso: "Vocês são sujos." "Sujos?!" E depois começam a pensar na sujidade: dos franceses, dos ingleses, daqueles que admiramos.
Nós damos imensa importância ao que dizem os estrangeiros, porque nós no fundo temos medo que seja verdade. Nunca temos a ideia do estrangeiro ser um inglês que só conhece a Inglaterra, ou um francês que só conhece a França, o que é verdade, ou um Americano que só conhece os Estados Unidos. A gente tem ideia do estrangeiro que conhece o mundo todo. O estrangeiro nunca é de um país como nós, é sempre superior.
Miguel Esteves Cardoso
Como a gente aceita a feijoada, temos de aceitar este país. Este país é um pacote, é tal e qual como é, bom ou mau é o país que nos calhou… aprender a tirar partido daquilo que já temos, daquilo que já há. Não é aquilo que poderíamos ter se houvésse meios ou se eu tivésse mais cinquenta euros…Há isto: há estes tremoços... não sei que mais não sei quê, e com isso, aceitar que é isso o que é nosso e, com dignidade, aproveitar isso, calmamente. (…) e as críticas serem muito modestas (…) as nossas críticas sociais e políticas deviam ser modestíssimas.
Miguel Esteves Cardoso
Um clima, um céu… é racional ter saudades de um sítio tão bonito. Um país que não exige nada. Portugal é afável, não é difícil. Não tem dificuldade, não é preciso resolver nada.
Miguel Esteves Cardoso
embalagem antiga da Casa Ramos Rua de Sá da Bandeira, 347
No caso de Portugal, é muito fácil de vender Portugal… é um país encantador. Tentar forçar a "coisa" portuguesa é exactamente o errado, eu acho que só se percebe o encanto de Portugal conhecendo o Mundo.
Miguel Esteves Cardoso
Mas eu recuso-me a sentir culpa… porquê que eu hei-de me sentir culpado de gostar daquilo que vejo, de gostar de ver os portugueses e ser português e de estar aqui? Porquê?
"Infelizmente, enquanto noutros países tais tabuletas — (...) de madeira e metal — são religiosamente conservadas e em muitos centros históricos têm ressurgido, entre nós, certo modernismo culturalmente troglodita tem-nas espatifado. Parece que plástico de cores berrantes é que é bom, ainda que desfeie ruas antigas e agrida a identidade do burgo. Claro que, além do mau gosto de quem substitui velhas e belas tabuletas por mamarrachos, a culpa é de quem deixa agredir os nossos olhos e corromper o espírito dos lugares.Vale a pena chamar a atenção dos comerciantes para o encanto de tais símbolos (e, até, incentivá-los para os manterem). (...) Mas será assim tão difícil de entender que o carácter e o aspecto dos interiores e exteriores de muitas lojas constituem, sem sombra para dúvidas, dos melhores exemplos de arte, cultura e património digno do carácter da cidade? Será difícil de entender que a destruição dos símbolos e frontarias de muitos estabelecimentos é afronta à imagem urbana do burgo? Quem acode às lojas antigas e às suas tabuletas?"
Helder Pacheco (1997). Porto: Sítios, Lembranças, Emoções
Pretende-se investigar o potencial simbólico do antigo comércio tradicional da cidade numa perspetiva de redesenho urbano pela memória coletiva. Resgatar a memória do usos e costumes, da utilização dos artefactos, da organização e desenho do espaço e dos produtos e da lógica de relação do comércio com a vida da cidade é algo que se propõe valorizar o centro urbano da cidade do Porto.
Pretende-se resgatar a memória mas também reinventá-la de forma contemporânea, e, dessa forma, elogiar a "memória do quotidiano" que se perdeu, e, hoje em dia, está visivelmente em vias de extinção. A cada loja que fecha, a cada fachada que se destrói, a cada letreiro que se remove, a cidade antiga perde coisas que nunca voltará a ter. A arquologia do quotidiano, impõe-se, hoje, como uma estratégia poderosa contra o esquecimento, contra a indiferença e a favor da valorização do território pela memória. O entendimento de que ignoramos (conscientemente) como se viviam há 50 e há 100 anos é visivel no abandono e menosprezo a que votamos os centros urbanos, despovoados e perdidos.
O elogio de projectos comerciais de recuperação e redesenho da memória física e simbólica da cidade é um dos objectivos deste projecto que analisa uma série de espaços comerciais únicos, ricos em potencial simbólico e fortemente alicerçados no passado de uma cidade quer pelo recurso a objetos, símbolos, imagens ou espaços antigos repensados contemporaneamente.
É intuito perceber também o papel essencial do design no processo de potenciar a memória como valor simbólico, mas também como argumento da identidade atual da cidade do Porto, que, longe de cristalizar os seus símbolos tradicionais, deve reinventá-los num redesenho contemporâneo da tradição.
https://www.behance.net/gallery/4449091/o-potencial-da-memoria
vou ser rato do campo este fim-de-semana.
levo esta música no corpo e esta na cabeça para me saber apaixonada.
tenho zero safadeza
faço a cama, ponho a mesa
pra jantar.
pra jantar.
nunca fui de ponta e mola,
nunca me baldei à escola
pra passear.
pra passear.
sou um puto diferente
até já li o Gil Vicente
sem nunca me queixar.
tomo conta das irmãs
e pelas manhãs
sou o primeiro a acordar.
aprendi da maneira complicada
a moral aprimorada do papá,
sei que não posso roubar,
nem a dormi, nem a sonhar,
com as alegreias que aqui não há.
vou tentanto, com a idade,
entender a propriedade
e porquê que há malta má.
mas se por cada coisa boa
vou ficar melhor pessoa
porque não ser mau pra já?
às vezes dou por mim com cada mariquice
que a família põe-se logo a abusar.
levar com a sexta mordidela
e ser bonzinho pra cadela
já me está a chatear.
ver a infância passar
com este medo de errar,
'olha o exemplo', 'olha as irmãs',
vem a avó e vem a tia,
todas pregam todo o dia,
não pedi por mais mamãs.
porquê que o bom é melhor que o mau,
porquê que o mal é pior que o bem,
porquê que é certo ser cara de pau
mas está mal ser filho da mãe?
B fachada, "Questões de moral"
descobri que (quase) tenho músicas para todos os meses do ano. assim se fazem as colecções. uma por mês. esta é da poly jean, apesar do clássico lindo da ella.
my blog.
eu chateio quando tu falas em chatear
eu alegro quando tu falas em alegrar.
© cláudio alves |
nem sabes o bem que me fazia.
mas sou assim, indisciplinada e pouco metódica. prometo em breve encontrar o método, empacotar o passado em caixas ikea e ser mestranda, mestrando. mas até ao fim do mês, é paginar, e ser muito precária-temporária, para condizer com os outros.
hoje viajava um índio no comboio.
tinha duas longas tranças negras e uma grande pena pendurada numa mecha de cabelo. transportava consigo duas telas embrulhadas em plástico de bolinhas e falava com uma rapariga sentada ao seu lado.
o revisor do comboio parece um boliviano, tem cabelos negros longos e encaracolados e pele muito morena. pareceu-me assim, todo um continente representado numa carruagem.
desejosa de ver uma sociedade verdadeiramente cosmopolita, reparo minuciosamente nas pessoas, ao mais pequeno sinal de riqueza ética na nossa paisagem humana. não suporto um mar de gente igual e adoro re-encontrar caras familiares, pessoas que não via há algum tempo nos transportes públicos, nos espaços públicos que me dão a sensação de uma país minúsculo, uma pequena aldeia (pouco) global, mas infinita no seu potencial de diversidade.
está-nos no sangue, esta coisa da diversidade, mais não seja pela nossa identidade profusa, confusa, e marcada por uma luta constante contra a identificação de nós mesmos. os portugueses não se procuram a si mesmos porque sempre buscaram o mundo inteiro dentro deles, e por isso, tiveram que partir. a urgência de partir é tão grande como a de ficar e por isso vive um marinheiro saudoso em cada um de nós, "longing for what we've left behind, and dreaming ahead".
novembro 2010
eu sou isto e aquilo.
é muito reconfortante ler sobre mim nos "mídia". já não me sinto assim tão sozinha, desamparada e tão parva.
só porque sou sem propósito, por aqui. só porque somos a vaguear sem poder ir contra nada, porque não estamos em nada. não agindo sobre as coisas, vamos ser a "geração passiva", uma vida a ver passar navios, saudosos de um passado que não conhecemos e projectando no fututuro todos os medos.
*
I hope to be with Pippi Långstrump in some months, playing with her and eating lot's of cake for breakfast.
Nessa altura já deverei escrever por aqui totalmente em inglês, ou então com tradução simultânea. Porque as línguas colam-se a nós quando pensamos com elas todo o dia. Entretanto vou tirar mestrado em tricot e já agora também em Design, que é o que interessa.
Por agora, é fazer figas até ao verão para, no fim do ano, conhecer o inverno mais frio de sempre.
foi descoberta uma nova diane arbus: viviane maier foi uma fotógrafa autodidacta de origem francesa, que fotografou durante muitos anos os habitantes de Chicago onde viveu até 2009, ano da sua morte. pouco antes do seu desaparecimento, john maloof adquiriu num leilão mais de 100,000 negativos que mais tarde vem a descobrir pertencerem a esta intrigante senhora. solteira, crê-se ter sido uma nanny, que nos tempos livres fotografava com a uma reflex de dupla lente (twinlense reflex).
como suspeitei, she was just my kind of girl: "She was a Socialist, a Feminist, a movie critic, and a tell-it-like-it-is type of person."
os artistas também se descobrem. há aqueles que passam uma vida inteira na penumbra da história para serem descobertos por acaso, mais tarde, por desconhecidos. o curioso deste caso é que john maloof pesquisou sobre a sua identidade dias depois dela ter morrido. uma concidência que lhe dará muito que fazer na pesquisa intensa pela sua história.
esta história, por sua vez, foi-me contada pelo c.
como suspeitei, she was just my kind of girl: "She was a Socialist, a Feminist, a movie critic, and a tell-it-like-it-is type of person."
os artistas também se descobrem. há aqueles que passam uma vida inteira na penumbra da história para serem descobertos por acaso, mais tarde, por desconhecidos. o curioso deste caso é que john maloof pesquisou sobre a sua identidade dias depois dela ter morrido. uma concidência que lhe dará muito que fazer na pesquisa intensa pela sua história.
esta história, por sua vez, foi-me contada pelo c.
aqui fica a artwork e respectivo alinhamento das minhas 18 escolhas (a dedo) do ano que já passou.
ainda fui a tempo de enfiar mais uma do fachada, saída do forno há um mês e desta vez, sobre os primeiros dias na infância, a importância das coisas pequenas e o tempo. tudo coisas que me falam ao ouvido.
tudo porque foi um ano de olhar para os pés — quase um ano retrospectiva de si próprio, um ano a espelhar-me constantemente e a medir os passos sem noção da distância, tão próxima de mim-hoje e tão longe de mim-amanhã. até 2011.