Voltar ao ritual da infância dos sábados de manhã: levantar muito cedo para ver filmes antigos. Este era dos meus favoritos e deverá ter vindo também daí a paixão secreta pela vida (e pelas casas e bolos) dos suecos.
Em vez da minha cassete VHS, o online streaming — essa maravilha desmaterializadora que me salvou tantas vezes de morrer de tédio por aquelas bandas.
O título refere-se ao sábado doce dos suecos, que eu imaginava, quando era pequena e via este filme, que comiam bolo com chantilly ao pequeno-almoço como a Pippi.
Em adulta descobri que reservam os bolos para um ritual tão importante como ver o festival da Eurovisão religiosamente — o fika. E este ritual pode-se dizer tão importante como o nosso café (bica ou cimbalino). Para o fika não há horários mas normalmente ocorre de tarde, antes do final do trabalho, à sexta-feira nas empresas ou em reuniões de trabalho, e ao sábado à tarde, quando ocupam os cafés com a familia para grandes malgas de café com leite e bolos diversos, diferentes consoante a época do ano. Por tarde quero dizer entre as 15 e as 18, que na Suécia é tudo muito cedinho.
Fiquei com saudades da Villa Villekulla em que morei tanto meses, e da magia da infância que é possível por ali, com garrafas de limonada escondidas numa árvore oca.
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