ilustração: Joana Estrela @dortyparker |
Era uma festa de estudantes universitários, a música era uma amálgama de músicas dançáveis, de várias épocas (anos 60, 70, 80, 90). Dançava como louca, sozinha, como sempre gostei de dançar. Era só eu e a música. Enquanto dançava aquele hit dos Doors, vi-o e tive a certeza que aquela música também era dele. Dancei para ele com essa certeza imaginada, que faria tudo mais romântico, mais certo.
Anos depois, lembrava-me em muitas situações da música do Rui Veloso "... não se ama alguém que não ouve a mesma canção". Que, apesar de ser uma ideia muito adolescente, tem o seu quê de verdade. Na música, o Rui Veloso leva a rapariga ao concerto, mesmo sabendo que ela não gostava.
Acho que nos fartamos de ser teimosos porque queremos provar que conseguimos o amor, que ele pode ser o que queremos ("...tu eras aquela que eu mais queria"), em vez de o aceitarmos tão imperfeito ou desadequado como a pessoa que amamos.
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