Uma gata com nome de gente que me trouxe de volta à vida dos afetos.
Já tinha saudades de gatos pretos, que sempre me pareceram os mais meigos e ternurentos. Lembrei-me há pouco tempo que o primeiro gato que tive (quando era pequena) era um gato preto, com umas manchinhas brancas na barriga que chamei de Gaspar. Gatos pretos com nome de gente afinal não eram uma novidade.

A Noémia veio para casa porque era muito meiga e carente, e o único gato que se aproximou de mim na colónia de gatos que se tornou o pátio do Noémia da Costa Pinto, um magnífico café (onde, infelizmente fui apenas uma vez) num primeiro andar de um prédio antigo do Porto, que graças às pressões da gentrificação e da especulação imobiliária acabou por fechar. Continuaram a ser alimentados por uma vizinha do mesmo prédio, e a maioria foram sendo esterilizados pela associação Miacis. Adoptar não é fácil, principalmente quando já temos outra gata.