Não posso deixar 2020 sem assinalar o acontecimento mais arrepiante do meu ano: uma sala de cinema vazia, só para mim, no meu cinema favorito. Que privilégio. Mas também que grande tristeza.
Neste canto da cidade onde descobri novas rotinas e um guilty-pleasure, senti que ser a única espetadora de uma sessão de cinema é como uma resposta cósmica à minha intimidade crescente com este espaço onde registo as minhas visitas ao cinema desde há dois anos.
Em 2021, façam por visitar mais os cinemas/salas de espetáculo independentes das vossas cidades. Privilegiem as pequenas estruturas culturais, os pequenos clubes, as associações, os cineclubes, as companhias de teatro locais, as bandas nacionais, as pequenas galerias, os espectáculos organizados para a comunidade. Fazer da cultura algo a que todos podem aceder é da responsabilidade de todos. Fazer com que ela possa voltar a ter salas cheias também é.
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